Os brasileiros marcaram o Dia da Independência do país com comícios de duelo em apoio e contra o ex -presidente Jair Bolsonaro, dias antes da conclusão de seu julgamento por acusações de planejar um golpe após sua derrota nas eleições em 2022.

Dezenas de milhares de apoiadores de Bolsonaro se reuniram em São Paulo, Rio de Janeiro e a capital, Brasília, no domingo, agitando as bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, em um aparente aceno ao presidente Donald Trump, um aliado do ex-líder de extrema direita.

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Mais milhares também se uniram pela condenação de Bolsonaro em cidades, incluindo Brasília e São Paulo.

O ex-capitão do exército de 70 anos, que está em prisão domiciliar, corre o risco de até 43 anos de prisão se for condenado por orquestrar um golpe para permanecer no poder, apesar de sua perda de eleições.

Bolsonaro negou as acusações no caso, que também provocou a raiva de Trump.

O presidente dos EUA chamou o processo legal contra a Bolsonaro de “caça às bruxas” e impôs altas tarifas aos produtos brasileiros, bem como sanções aos juízes que presidiam seu julgamento.

A manifestação de Bolsonaro em São Paulo atraiu 40.000 apoiadores, de acordo com um grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo, incluindo a esposa do ex -líder, Michelle Bolsonaro.

“Ele ama sua nação e seu povo, mas ele está sofrendo. Eu digo a ele todos os dias que ele vencerá. Acredito e confio na resposta de Deus à nossa nação”, disse Michelle Bolsonaro em um discurso choroso na cidade.

A Suprema Corte do Brasil deve emitir sua decisão até sexta -feira.

EPA12361037 As pessoas participam de uma manifestação na República de Praca da, São Paulo, Brasil, 07 de setembro de 2025. Os manifestantes exigiram a prisão do ex -presidente Jair Bolsonaro e expressaram sua rejeição de políticas recentes adotadas pelos Estados Unidos em relação ao Brasil. EPA/Isaac Fontana
As pessoas se uniram aos planos de oferecer anistia de Bolsonaro em Praca da Republica, São Paulo, Brasil, no domingo [Isaac Fontana/EPA]

‘Bolsonaro 2026’

O senador Flavio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente, disse aos apoiadores que se reuniram em Copacabana Beach, no Rio de Janeiro, que seu pai enfrentará a situação de frente “para demonstrar mais uma vez que ele não desistirá do Brasil”.

O senador usava uma camisa que dizia “Bolsonaro 2026”, embora seu pai seja impedido de correr. Ele também denunciou o juiz da Suprema Corte Alexandre de Moraes, o relator do caso, como ditador.

Enquanto isso, os apoiadores de Bolsonaro insistiram que o ex -líder é inocente.

“Se ele quisesse permanecer no poder, teria sido bem -sucedido. Os brasileiros precisam acordar”, disse o ex -oficial militar Suieton Souza, que tinha um sarongue misturando as bandeiras dos EUA e do brasileiro em volta de seus ombros, na praia de Copacabana.

Menos apoiadores de Bolsonaro foram vistos no desfile militar tradicional do Dia da Independência em Brasília, com a presença do Presidente Luiz Inacio Lula da Silva

Lula liderou o desfile tradicional, que este ano teve o lema “Soberano Brasil”, após 50 % punitivos de tarifas americanas impostas por Trump.

Na noite de sábado, Lula entregou uma mensagem nacional antes das celebrações do Dia da Independência e disse que o Brasil “não será a colônia de ninguém”, em mais uma referência a Trump.

“Anos atrás, ganhamos nossa soberania”, disse Lula.

“Não somos e nunca mais se tornaremos uma colônia de ninguém. Podemos cuidar de nossa própria terra e pessoas sem a interferência de nenhum governo estrangeiro”, acrescentou.

Algumas pessoas no desfile militar de Brasília condenaram aqueles que apóiam as tarifas de Trump como traidores.

“O governo de Trump tentou invadir o Brasil, politicamente – influenciando nossos adversários – e economicamente, com tarifas e sanções”, disse Helio Barreto, professor.

“Dizemos ‘Tire seus pés grandes’ para que ele respeite o Brasil!”

Lucia Newman, da Al Jazeera, relatando Brasilia, disse Trump – em uma medida que agravou ainda mais as tensões – acusou o Brasil e os membros do grupo BRICS que incluem a China e a Rússia de tentar minar o dólar americano.

“Trump está ameaçando fazer mais tarifas nas nações do BRICS, mas, de acordo com seu voto de não receber ordens de Washington, o presidente Lula pediu uma reunião de emergência de líderes do BRICS via teleconferência na segunda -feira para discutir uma resposta às tarifas”, disse Newman.

“É um movimento que, juntamente com o julgamento de Bolsonaro, tem brasileiros ainda por novas sanções dos EUA, pois comemoram sua independência”.

Exige anistia

No início do domingo, os sindicatos e os movimentos sociais de esquerda reuniram milhares de pessoas em São Paulo para protestar contra uma proposta de oferecer anistia a Bolsonaro e centenas de seus apoiadores que foram condenados em 8 de janeiro de 2023 do Someding do Supremo Tribunal, o Palácio Presidencial e o Congresso no Congresso.

Os tumultos imitaram o ataque ao Capitólio dos EUA dois anos antes.

O projeto de anistia está sendo liderado por líderes de partidos centristas e da oposição.

“A história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o país”, disse o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, um dos apoiadores da proposta, em um post recente nas mídias sociais.

Os esforços do governador para avançar o projeto de anistia são amplamente vistos como uma jogada estratégica para garantir o endosso do ex-líder para uma corrida em potencial como candidato de direita nas eleições presidenciais de 2026, uma perspectiva de Freitas até agora negou.

Lula falou contra os esforços do governador, alertando que qualquer anistia daqueles que participaram do caos de 8 de janeiro carregariam riscos significativos.

“É uma batalha que também deve ser travada pelo povo”, disse o presidente.

Bolsonaro, que atuou como presidente de 2019 a 2022, é impedido de concorrer a cargo até 2030 por lançar dúvidas sobre o sistema de votação do Brasil sem evidências.

O ex -presidente, que diz que é vítima de perseguição política, esteve nos EUA em 8 de janeiro de 2023, mas é acusado de incitar os manifestantes, que pediram que os militares deposem Lula uma semana após seu retorno ao poder.

Embora barrado de concorrer ao cargo, Bolsonaro consistentemente expressou seu desejo de concorrer nas eleições presidenciais de 2026.

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